NOS PRÓXIMOS ANOS:
PNG SERÁ UMA REFERÊNCIA NA REGIÃO
Por Fátima Mimbire, da AIM
Maputo, 02 JAN (AIM) - O Governo de Moçambique pretende transformar
o Parque Nacional de Gorongosa (PNG),
localizado na província central de Sofala, numa referencia a nível da região da Africa Austral, bem como num forte concorrente dos grandes parques desta região, nos próximos anos.Para o efeito, está em curso, desde 2005, um plano conjunto de reabilitação do PNG, envolvendo a Fundação Carr,do multimilionário norte-americano Gregory Carr, e o Ministério do Turismo.
Este plano prevê o repovoamento de espécies animais,
construção de infra-estruturas turísticas e administrativas,
trabalho comunitário e acções de formação.
No que diz respeito as infra-estruturas turísticas,
está prevista a edificação de mais três acampamentos,
dois dos quais de luxo, entre outros.
Para a execução destas actividades a Fundação Carr vai desembolsar,
nos próximos dez anos, mais de 30 milhões de dólares norte-americanos,
numa modalidade de 1.2 milhões de dolares/ano,
segundo revelou a AIM, o Ministro do Turismo, Fernando Sumbana.
Enquanto isso, a parte moçambicana, concretamente o Ministério do Turismo, vai comparticipar com 158 mil dolares/ano e, ainda, tem a responsabilidade de facilitar e apoiar,dentro das suas possibilidades,as propostas apresentadas pelos técnicos e especialistas ao serviço da Fundação.
Sumbana revelou que, até este momento (em dois anos),
a Fundação Carr desembolsou seis milhões dolares norte-americanos,
que foram utilizados para " colocar os pilares para o desenvolvimento do PNG",
como o desenvolvimento de infra-estruturas, entre outros.
O Ministro referiu que os valores desembolsados pela Fundação são donativos "puros",
pelo que todo dinheiro que entrar no PNG não poderá sair.
O mesmo, para alem dos investimentos em infra-estrutura,
repovoamento animal e capacitação,
servirá igualmente para o desenvolvimento comunitário e,
quem sabe, para os cofres do Estado.
"Não há retorno desse dinheiro", apontou.
Sumbana explicou que o Governo identificou um parceiro
para a gestão deste parque porque havia necessidade
de conter a degradação do mesmo.
Por outro lado, porque o PNG possui características "muito especiais",
o seu ecossistema é dos mais variados a nível mundial.
No total este parque possui 54 ecossistemas, desde planícies fluviais,
o lago Urema, o rio Pungué, o maciço rochoso, a floresta de Miombo,
o planalto de Cheringoma, a Serra de Gorongosa, entre outros.
Sumbana considera que esta parceria permitiu ao país
obter recursos financeiros e criar a capacidade técnica
para o melhoramento do parque com urgência.
"Talvez poderíamos levar muitos anos para conseguir o dinheiro
e criar capacidade para melhorar o parque que,
por causa da sua degradação, era necessária uma intervenção urgente", disse.
O ministro acrescentou que "estamos a fazer um parque
que seja uma referência a nível da Africa Austral.
Queremos que daqui a alguns anos o PNG
venha a ser um forte concorrente dos grandes parques da região".
A perspectiva do Governo é que, a partir do quinto ano,
o PNG receba 500 mil turistas por ano
com receitas avaliadas em 75 milhões de dolares,
isto se se considerar que cada turista vai gastar 50 dólares/dia
com base numa estadia media de três dias.
O Governo, reunido na sua 34/a sessão do Conselho de Ministros,
a 18 de Dezembro último deu "luz verde"
a assinatura do acordo de Gestão Conjunta do PNG,
cuja data do arranque não foi ainda revelada.
O acordo terá a validade de 20 anos, com avaliação anual.
Durante esse período, acredita-se que o PNG seja auto - sustentável.
Assim, o PNG caminha para a sua revitalização,
apos um longo periodo em que esteve "arruinado".
Nos meados da década de 90, populares procuravam o parque
para pilhar os poucos animais que sobraram depois da guerra de 16 anos.
Porém, o processo de ruína do PNG iniciou em 1981,
durante a guerra civil, resultado do primeiro ataque
ao Acampamento de Safari do Chitengo,
localizado no "coração" do Parque.
Em 1983 o PNG fechou devido a Guerra.
Depois da Assinatura do Acordo de Paz (AGP),
em Outubro de 1992,
o parque passou a ser alvo dos caçadores furtivos,
uma situação que prevaleceu até 1995.
(AIM)
FTA/DT
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