Elefante recebe colar moderno de identificação
da sua posição via satélite
O Parque Nacional da Gorongosa (PNG) realizou há dias uma operação de substituição de um colar por outro novo num elefante fêmea para permitir a identificação do posicionamento e do movimento do animal, incluindo da sua família. Foram mobilizados para o efeito cinco viaturas e dois helicópteros, transportando equipamento de trabalho e cerca de trinta indivíduos, entre os quais protagonistas da missão e espectadores.
Daquele número de participantes incluía ainda profissionais da unidade de serviços veterinários do PNG e da Wildlifevets, uma instituição sedeada na vizinha África do Sul, convidados a tomarem parte no acto de modernização. Do transmissor de sinal via satélite para monitorar os movimentos do animal selvático em alusão.

classificada de bastante delicada, onde o profissionalismo da medicina veterinária foi exercido na sua mais elevada responsabilidade. A preparação de dardo foi um dos momentos cruciais da operação. O dardo foi alimento por um anestésico forte resultante da mistura de três substâncias, nomeadamente Ethorphine, Tiofetanil e Azeperone. Seguidamente o atirador empunhando o projector com dardo manipulado foi ao bordo do helicóptero de pequenas dimensões pronto para arremessar ao alvo. Uma vez localizado e movimentado para uma área de maior visibilidade, o dardo foi atirado com proficiência atingindo o animal na parte traseira. Volvidos oito minutos, quando a droga injectada atingiu o efeito máximo, imobilizando o animal, um grupo de homens veio ajudar a derrubar o animal para o colocar na posição de decúbito lateral.

do ponto da penetração do dardo, e a obtenção de várias amostras, bem como da recolocação de colar satélite, o animal foi revertido usando-se para o efeito uma substância antagonista das primeiras
com o nome de Naltrexone. A reversão foi um processo muito rápido. Dois minutos depois da introdução da droga o animal já estava em pé, locomovendo-se para o seu habitat normalmente como se nada tivesse acontecido. De acordo com Carlos Lopes Pereira, Médico Veterinário e Director do Departamento dos Serviços de Conservação, a operação que tinha como objectivos imobilizar o paquiderme para observar o seu estado de saúde e colocar o novo colar de identificação via satélite decorreu com sucesso. "A operação correu muito bem e como esperávamos. Com a presença de um helicóptero de pequenas dimensões,
em pouco tempo conseguimos localizar e imobilizar o animal usando métodos convencionais" – classificou e explicou. Quanto ao diagnóstico do quadro clínico do animal, Dr. Carlos Lopes Pereira observou que aquela fêmea tinha muitas carraças, do género Amblyomma sp, que são parasitas externos que se alimentam exclusivamente do sangue (hematófagos) de uma grande variedade de hospedeiros. "Logo que imobilizamos o elefante, com ajuda de de Jacobus Raat, amigo e colega, com o qual venho trabalhando há muitos anos, seguiu-se o tratamento com antibióticos da fissura causada pela perfuração de dardo. Também mantivemos o animal com temperatura corporal controlada usando para o efeito agua. Colocamos um novo colar transmissor do sinal de posição via satélite. Posto isto, o agente imobilizador usado foi revertido e o elefante passou desde daquele instante a transmitir o sinal da sua localização ao satélite. " – descreveu.


Carlitos Sunza
Departamento de Comunicação/PNG
Sem comentários:
Enviar um comentário