quinta-feira, 7 de junho de 2007

A FUNDAÇÃO CARR E O RENASCER DA GORONGOSA

GREG CARR
Formado na Universidade de Harvard nos anos 80, Greg Carr desde logo se começou a interessar pelas tecnologias de informação. Em 1987, Greg Carr fundou, em parceria com um Engenheiro formado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), uma empresa ligada à manufactura de equipamento para telecomunicações, a Boston Technology. A partir de 1995, a sua paixão pelos direitos humanos, levou-o a dirigir os benefícios da sua florescente indústria, a favor da implementação de diversos programas relacionados com os direitos humanos, em diversas partes do globo. Greg Carr, presidente da “Prodigy, Inc.”, que adquiriu à IBM e à Sears em 1996 e encabeçou também a “Africa Online”, é um activista convicto em prol dos direitos humanos. No ano de 1998, renunciou a todos os cargos que detinha e vendeu mesmo as participações das empresas de que fazia parte.
Para dar corpo às suas generosas e filantrópicas iniciativas, um pouco por todo o mundo, criou em 1999, a “Carr Foundation” que se iria dedicar ao apoio intransigente dos direitos humanos, educação e cultura.
Daí até se interessar por Moçambique, foi um passo. Agora, com 46 anos, Greg Carr assinou um memorando de intenções com o Governo Moçambicano. O memorando, assinado em 2004, vai permitir a Greg Carr cuidar da Natureza, promover os direitos humanos, a educação e a cultura. As próprias palavras de Greg Carr, quando afirma: “temos de planear a nossa intervenção em várias fases: conservação, sócio-económica e turística. Este projecto motivou-me porque é uma combinação entre uma acção de protecção da Natureza e um projecto de desenvolvimento económico. Trata-se de usar a beleza do ecossistema para combater a pobreza”, dizem tudo. Em boa verdade, o projecto de Greg Carr não se limita à recuperação, manutenção e repovoamento do Parque Nacional da Gorongosa. Estão também no seu horizonte a melhoria das condições de vida das populações locais, de modo a que façam parte integrante do ambicioso projecto. Cerca de 20% dos resultados relativos à exploração do Parque, serão canalizadas para ajuda às populações, mediante captação de água potável. A construção de infra-estruturas ligadas à saúde e à educação, completam os seus propósitos.

6 comentários:

Unknown disse...

"Memorando assinado em 2004"???...haverá lapso nesta data????
ESTAMOS EM 2007! Tentei perceber ao longo da leitura o que significava exactamente "memorando", possivelmente num contexto de acordo jurídico legal. Três anos depois desse acto inicial, formal e simbólico, ainda haverá alguém com memória do "quanto tem melhorado a expectativa daquelas pessoas" desde o momento inicial?
Este memorando traduzirá já o "acordo na forma final"?

António Jorge Pinto da Silva disse...

Agradeço o seu comentário, que considero pertinente.
Não, não existe qualquer engano nas datas.
O memorando de intenções relativo ao projecto "Carr" foi mesmo assinado, com Ministério do Turismo Moçambicano, em Outubro de 2004, ainda sob a égide do presidente Joaquim Chissano.
O projecto é muito ambicioso, envolve montantes avultados, estende-se ao longo de muitos anos e implica um trabalho gigantesco em diversas áreas.
Talvez por isso, a concretização do memorando tenho levado algum tempo.
Para informação mais detalhada, confira o seguinte link:
http://www.usaid.gov/mz/doc/pr/pr_20060126_mou-carr.pdf
Os meus agradecimentos pela sua participação.

Unknown disse...

Gostei deste belo "site", simples, interessante e entao para matar saudades dos que vivem por esse mundo fora, vem mesmo a ser precioso!
E, quando se toca em Mocambique, seja a noticia que for, nossos coracoes se abrem, naquela espectativa de saber mais, e mais sobre esse lindo Paraiso.....
Aprecio esse seu carinho, que aqui o deixa marcado.
um beijo
dulce

António Jorge Pinto da Silva disse...

Minha querida amiga,
Agradeço com apreço o seu comentário.
A maneira como vê Moçambique é a mesma com que os meus olhos o acariciam.
Obrigado pelo insentivo.
Assim, é mais facil continuar...
Um beijo com muito carinho.

António Jorge Pinto da Silva disse...

Parabéns, parabéns!
Não sou, genericamente, fã de blogs.
Acontece, que me incluo no grupo dos que viveram de perto "as cores e os cheiros".
Este blog, que é apelativo na aparência inicial, pelas cores, acaba por se tornar atractivo nas primeiras linhas.
Apesar de ser denso em texto, possui informação relevante, útil e que poderá servir como suporte às pessoas que estejam candidatas a visitar o local e procurem informação complementar e isenta à instituição promotora.
Conheço o Parque e julgo que há lugar para "excertos de informação" que traduzam de forma incisiva dados muito operacionais. Refiro-me, por exemplo, a aspectos que possam tranquilizar os potenciais visitantes: sobre as condições do alojamento, das refeições, da ementa, dos transportes- transfers e circuitos, entre outros. Depois, a compreensão da vida das comunidades, que tive oportunidade de vivenciar no ano anterior, merece ser compreendida e traduzida através de textos, imagens ou pequenos excertos, que sejam comentários originais e que levem "este mundo" a avaliar por parâmetros sensatos.
No site do PNG, o video da TVM tem conteúdo de relevo para a mostrar a vida autêntica do parque; não é revelação do projecto, não é divulgação genérica......entra no quotidiano das pessoas, mostrando valores.
Dou como sugestão que encare o blog como uma "obra de desmistificação"!
Esta obra, só será possível a "quem tenha esse sentimento" de missão-isenta e determinada face "ao crédito e benefício" que um leitor pode tirar, de gastar tempo lendo blogs!
Quem tem blog porque ama, conhece, vive e sente, sabe do que fala e não se aterroriza com partículas de pó......poderá ser parceiro em aspectos periféricos, muito valiosos para divulgar de forma activa e decisiva, em benefício do Parque. Isto é diferente da divulgação institucional e publicitária, do blog de revelação ou do blog "meio atontado e imaturo".
Quem tem blog e ama, pode transformar esse sentimento de forma a validar créditos, com pontos, a favor de decisões positivas para o turismo naquele local e não noutros.
Estarei no PNG, depois de 18 ou 19 de Agosto. Se nessa altura, se mantiver um propósito positivo de dar algum peso a estas ideias que deixei, poderei colaborar, com textos suportados por fotos. Terá de lembrar o Dr. Vasco sobre isto, que eu quando regresso "à terra"..........perco-me de entusiasmos e fico menos responsável!

Autorização para publicação dada pela autora, Dra. Maria de São José A. Santos

António Jorge Pinto da Silva disse...

Exma. Senhora Dra. Maria de São José Santos,
Agradeço encarecidamente os comentários que teceu acerca do meu trabalho.
De igual modo, são tão bem recebidos os elogios quanto os reparos.
As críticas que aqui deixou, além de pertinentes, foram perfeitamente entendidas e aceites.
Este, é o primeiro blog que faço e, por isso mesmo, sei que não é perfeito.
Sei que existem lacunas que irão sendo preenchidas ao longo do tempo, com a ajuda de pessoas como V. Exa.
Essa foi uma das ideias que norteou este trabalho.
Desde os anos 50 que me habituei a conviver com Parque Nacional da Gorongosa.
Quase todas as semanas atravessava o rio Pungué de batelão, para aceder ao Parque.
A ponde sobre tambores veio mais tarde.
Nos anos 60, quando chegou a hora, tive que dar um rumo à minha vida.
Foi um passo importante, uma vez que iria definir o meu futuro.
Ou me dedicava ao fotojornalismo que então praticava, ou optava pelo turismo cinegético.
Escolhi o segundo caminho, e não me arrependi nunca de tê-lo feito.
Assim, foi-me possível durante os anos mais importantes da minha vida, conviver com a fauna bravia vinte e quatro horas por dia, durante quase todo o ano.
Trabalhei na SAFRIQUE e, posteriormente, na Safarilândia.
Nos anos 70, por motivos conhecidos, tudo se alterou.
Nos anos 80, por duas vezes, visitei Moçambique a convite da Secretaria de Estado do Governo Moçambicano, integrando uma equipa de técnicos, encarregue de fazer um levantamento das potencialidades turísticas do País. Foi elaborado e entregue um extenso relatório, que deu alguns frutos.
Para grande frustração minha não foi possível, naqueles conturbados tempos, visitar a Gorongosa.
Soube, nessa altura, que a fauna bravia havia sido quase totalmente dizimada, durante os ano 80.
Os poucos animais que resistiram desapareciam num ápice, logo que pressentissem a presença de uma viatura.
Só no ano passado, em finais de Setembro, tive oportunidade de lá voltar.
Fi-lo na qualidade de turista, a convite de ninguém.
Por isso, foi com total isenção que tomei conhecimento dos melhoramentos que ali tinham sido introduzidos.
E é sempre com toda a independência que profiro as minhas afirmações.
Com muita pena minha, a estadia no Parque teve de ser reduzido a três curtos dias.
Tempo insuficiente para me inteirar de tudo o que queria e devia.
Sei que a Senhora Doutora teve a sorte de lá poder permanecer por 15 dias. Quem me dera...
Resumindo, queria apenas dizer-lhe que a feitura deste blog tem por base o meu carinho e interesse pelo PNG e pelo regresso, em segurança, da fauna bravia que lhe pertence.
Este blog tem, como finalidade, dar a conhecer às pessoas de um modo geral, o que foi, o que é e o que pode voltar a ser o PNG, dando-lhes conhecimento de tudo o que, entretanto, vai sendo feito.
Assim, é com muito apreço que lhe peço que contribua, do modo que achar mais conveniente, para a melhoria deste sítio.
Fico a aguardar o seu precioso contributo, bem como os seus sempre bem-vindos comentários.
Aproveito ainda para lhe pedir autorização para publicar este seu comentário e também para lhe desejar uma óptima estadia no Parque, durante a sua próxima visita.
Os meus agradecimentos e as minhas mais cordiais saudações.

António Jorge Pinto da Silva